A córnea é a estrutura mais anterior do globo ocular e por ser transparente desempenha duas funções principais: proteger as demais estruturas intraoculares e deixar passar as imagens até o seu destino final, a retina. Desta forma, para entender melhor a função da córnea, comparamos a mesma com um vidro de relógio: tem que ser resistente para proteger as outras estruturas do relógio e, também, ser transparente para que possamos ver as horas.
Se por alguma razão a córnea perder sua transparência, tornando-se opaca, o paciente não terá uma visão nítida, inclusive, podendo chegar à cegueira.
A principal causa de transplante de córnea no Brasil é o ceratocone. O ceratocone é uma doença degenerativa progressiva da córnea que ocorre em uma a cada 20 mil pessoas. E esta associada à baixa de visão, geralmente por alta miopia e astigmatismo. Caracteriza-se pelo aumento da curvatura corneana, associado ao afinamento da córnea e a formação de cicatrizes em casos mais avançados.
O tratamento baseia-se na correção da ametropia (grau) causado pelo ceratocone. Inicia-se a correção com óculos e, naqueles casos onde os óculos já não permitem boa visão, faz-se uso de lentes de contato rígidas. Estas seriam a melhor opção terapêutica e que permitem a melhor visão aos pacientes com ceratocone. Entretanto, não há lentes coloridas. As únicas lentes de contato coloridas são as gelatinosas e não servem para o ceratocone.
Cerca de 90% dos pacientes ficam com boa visão apos uso das lentes de contato, porém, nos casos mais avançados onde não se e mais possível a sua adaptação, indica-se o transplante de córnea. A cirurgia de transplante apresenta resultados satisfatórios com reabilitação visual na imensa maioria dos casos, mas como em todo procedimento cirúrgico, temos os riscos de complicações. As principais seriam infecção, inflamação e rejeição.
Além do ceratocone, há outras causas que podem provocar a perda da transparência da córnea, entre elas:
Um transplante pode ser indicado pelo Oftalmologista onde a córnea doente é substituída por outra transparente doadora.
O transplante de córnea é realizado com anestesia local, sob sedação, num procedimento indolor e sem necessidade de internação hospitalar. Examinando através de um microscópio cirúrgico, o Oftalmologista faz a medida do olho para definir a área exata para o transplante de córnea.
A córnea doente é cuidadosamente retirada através de uma incisão circular. Caso seja necessário algum procedimento complementar, como remoção de uma catarata, o mesmo é realizado previamente. Concluído os procedimentos anteriores, a córnea saudável é colocada no local e fixada através de suturas.
Procedimentos combinados como a cirurgia de catarata, glaucoma e retina podem ser realizados excepcionalmente junto com o transplante de córnea.
Após a cirurgia e uma breve permanência no centro de repouso clínico, o paciente poderá ir para casa. Um exame será agendado automaticamente para o dia seguinte. Algumas rotinas e cuidados deverão ser adotados: