Oncologia ocular é uma subespecialidade da oftalmologia que lida com as doenças neoplásicas que acometem o olho e a órbita, conforme explica o médico Luciano de Sousa Pereira, pós-graduado em Neuro-oftalmologia e Cirurgia de Órbita pela Universidade da Califórnia - San Francisco e especialista em Oncologia Ocular pela Escola Paulista de Medicina – Unifesp. “Os tumores oculares podem ser classificados em benignos ou malignos e podem se localizar dentro do olho (tumores intraoculares) ou fora dele (tumores extraoculares)”, descreve.
Segundo ele, para se falar em taxa de incidência dos tumores, deve-se considerar a faixa etária e a localização do tumor. “Na infância, o tumor maligno intraocular mais frequente é o retinoblastoma. É uma doença grave, que requer um diagnóstico precoce e tratamento imediato. Por isso o teste do olhinho associado ao mapeamento de retina nos primeiros dias de vida são tão importantes”, orienta. Ele diz ainda que, considerando os tumores extra-oculares da infância, os hemangiomas capilares e os gliomas são os principais representantes dos tumores benignos. Já o rabdomiossarcoma é o tumor maligno extra-ocular mais frequente nessa faixa etária.
O diagnóstico das neoplasias oculares é feito na maior parte dos casos mediante uma avaliação oftalmológica completa, incluindo o mapeamento de retina. “O curioso é que, em muitos casos, o paciente pode estar assintomático, e a lesão suspeita é identificada em consulta de rotina, para troca de óculos. Por isso a avaliação oftalmológica periódica é tão importante, uma vez que o diangóstico precoce é a chave de um tratamento bem sucedido”, orienta o médico.
Para definição do diagnóstico e planejamento de tratamento, são realizados exames complementares como angiografia de retina, ultrassonografia, campo visual e ressonância magnética, dentre outros. “O tratamento dos tumores intra e extraoculares é planejado considerando o tipo histológico do tumor e seu estadiamento, podendo ser abordados cirurgicamente, com radioterapia ou quimioterapia. Muitas vezes associa-se mais de uma modalidade terapêutica”, declara.
O especialista lembra que, como tudo na medicina, a oncologia é uma área em constante evolução. “Hoje compreendemos mais a fundo os mecanismos moleculares/genéticos de alguns dos tumores oculares mais frequentes, o que abre as portas para terapias genéticas futuras. Por outro lado, o desenvolvimento de novos quimioterápicos e os avanços no campo da radioterapia nos permitem hoje tratar as neoplasias malignas de forma mais efetiva e com maior conforto para os nossos pacientes”, conclui.